A Canela-de-Velho (Miconia albicans) é uma planta medicinal nativa do Brasil, muito utilizada na medicina popular do Nordeste, especialmente para tratar dores articulares crônicas, como artrite, artrose e reumatismo. Suas folhas possuem uma rica composição de compostos fenólicos, flavonoides e triterpenos com potente ação anti-inflamatória, analgésica e também antiparasitária, sendo tradicionalmente usada também no combate a vermes intestinais.

Benefícios para a Saúde
- Anti-inflamatório Natural para Articulações: A principal propriedade medicinal da canela-de-velho é o alívio das dores causadas por inflamações crônicas, como em casos de artrose, reumatismo, hérnia de disco, tendinite e bursite. Isso se deve à presença de compostos como ácido ursólico e quercetina, que inibem enzimas inflamatórias e ajudam a regenerar tecidos articulares.
- Efeito Antiparasitário Intestinal: Além da ação anti-inflamatória, estudos demonstram que o extrato da planta tem atividade antiparasitária contra vermes intestinais, como oxiúros e lombrigas. Os taninos e triterpenos presentes atuam sobre a mucosa intestinal e causam a eliminação dos parasitas ao modificar seu ambiente de sobrevivência.
- Ação Analgésica e Relaxante Muscular: A planta ajuda a reduzir a dor associada a processos inflamatórios e espasmos musculares. É usada topicamente ou em infusão para aliviar dores localizadas, com efeito semelhante ao de analgésicos naturais.
- Ação Antioxidante: Os flavonoides presentes nas folhas ajudam a combater os radicais livres, prevenindo o envelhecimento precoce das células e ajudando na regeneração dos tecidos articulares danificados.
Outros Usos
- Melhora da digestão e da função hepática em usos tradicionais.
- Auxílio em processos reumáticos degenerativos, principalmente em idosos.
- Uso tópico para alívio de dores nas pernas e pés, comum entre trabalhadores rurais.
Efeitos Adversos
A infusão da planta é considerada segura em doses moderadas, porém o uso prolongado ou em excesso pode causar irritação gástrica.
Não é recomendada para gestantes, lactantes e crianças pequenas sem avaliação profissional.
Pode interagir com anti-inflamatórios e analgésicos sintéticos, potencializando seus efeitos.
Pessoas com problemas renais devem evitar o uso contínuo.
Formas de Preparo
Chá de Canela-de-Velho (uso oral)
1 litro de água
15 folhas frescas ou 10 folhas secas da planta
Ferva a água, desligue o fogo e adicione as folhas.
Deixe em infusão por 15 minutos, coe e beba morno.
Posologia comum: 1 xícara (200 ml), 2 a 3 vezes ao dia, por até 30 dias.
Banho ou compressa (uso externo)
Ferva 1 litro de água com 10 folhas.
Use a infusão morna para banhar articulações ou aplicar com pano limpo sobre a área dolorida.
Validade da infusão: 24 horas refrigerada.
Tintura
Deixar 100 g de folhas secas em 500 ml de álcool de cereais por 15 dias.
Coar e armazenar em frasco âmbar.
Uso: 20 a 30 gotas diluídas em água, 2 vezes ao dia.
Validade: até 2 anos.
Saiba quais as formas e como preparar a planta medicinal
Ficha Técnica da Canela-de-Velho
Nome científico: Miconia albicans (sinônimo: Miconia amaculata)
Nomes populares: canela-de-velho, canela velha, erva da dor, miconia
Nome em Portugal: não é nativa, mas pode ser chamada de “canela-do-Brasil” ou “erva-de-dor” em fitoterapia
Nome em Angola e Moçambique: pode ser chamada de canela-do-mato (regionalmente)
Nome em inglês: velvetleaf, miconia
Família botânica: Melastomataceae
Origem: Brasil (Mata Atlântica, Cerrado e Caatinga)
Como Plantar Canela-de-Velho
- Clima e Solo: Planta resistente ao calor, ideal para regiões tropicais e subtropicais. Prefere solos bem drenados e com boa matéria orgânica.
- Plantio: Multiplica-se por sementes ou estaquia (galho enterrado). As sementes devem ser frescas, e a germinação leva de 30 a 45 dias. Espaçamento ideal: 1 metro entre plantas.
- Cuidados: Gosta de sol pleno, mas tolera meia sombra. Regas regulares nos primeiros meses. Poda pode estimular o crescimento arbustivo.
- Pragas comuns: Pouco atacada, mas formigas cortadeiras podem prejudicar mudas jovens.
Tenha um excelente dia!
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Referências
- Almeida et al., 2018 (Brazilian Journal of Medicinal Plants)
- Santos et al., 2020 (Journal of Natural Remedies)
Sobre o Autor
Fitoterapeuta
Fundador e Editor-Chefe da Solaria Saúde e Bem-Estar