Plantas Medicinais

Cravo-da-Índia: Potente Anti-Inflamatório Natural com Ação Analgésica e Antimicrobiana

O cravo-da-Índia (Syzygium aromaticum, sin. Eugenia caryophyllata) é o botão floral seco de uma árvore da família Myrtaceae, nativa das Ilhas Molucas (Indonésia). Cultivado em regiões tropicais do mundo, o cravo tornou-se célebre não só como especiaria na culinária, mas também na medicina tradicional — graças ao seu óleo essencial rico em eugenol — para tratar inflamações, dores, infecções e problemas digestivos.

Cravo-da-Índia

Benefícios para a Saúde

  • Ação anti-inflamatória e analgésica: O eugenol, principal constituinte do óleo essencial de cravo (50–90 %), inibe a síntese de prostaglandinas e citocinas pró-inflamatórias, reduzindo inflamações articulares e musculares. Modelos animais e ensaios in vitro mostram que o cravo alivia dores articulares e musculares comparável a AINEs leves
  • Atividade antimicrobiana e antifúngica: Extratos de cravo inibem bactérias gram-positivas (e.g., Staphylococcus aureus) e fungos (e.g., Candida albicans), atuando contra infecções cutâneas e orais
  • Ação antioxidante e hepatoprotetora: Flavonoides e fenóis do cravo neutralizam radicais livres, protegendo células hepáticas de lesões oxidativas
  • Melhora da digestão e carminativo: O cravo estimula a secreção gástrica e alivia flatulências e cólicas, tornando-se útil em dispepsias e digestões lentas
Cravo-da-Índia Seco

Outros Usos Terapêuticos

  • Saúde bucal: óleo de cravo em géis ou bochechos combate placa e halitose.
  • Antisséptico tópico: aplicado em pequenas feridas para prevenir infecções.
  • Expectorante suave: chá de cravo ajuda a fluidificar secreções respiratórias.

Efeitos Adversos e Contraindicações

Em doses excessivas, o cravo pode irritar mucosas, causar gastrite ou reações alérgicas cutâneas.

Contraindicado para gestantes (risco de contrações uterinas) e lactantes sem orientação. Deve ser evitado em crianças pequenas e em pacientes com histórico de úlcera péptica ativa.

Formas de Preparo

Chá de Cravo

Ingredientes:
1 colher de chá de cravos inteiros
250 mL de água

Modo de preparo: Ferva a água com os cravos por 5 min, desligue e abafe por mais 5 min. Coe e consuma até 2 xícaras/dia. Validade: 12 h na geladeira.

Óleo Essencial de Cravo (uso tópico)

Diluir 1–2 gotas em 5 mL de óleo carreador (amêndoas, jojoba). Aplicar em massagens locais ou diluído em géis.

Validade: até 2 anos, protegido da luz.

Tintura

Macerar 50 g de cravo em 250 mL de álcool de cereais 70 % por 7–10 dias, agitando diariamente.

Dose: 10–15 gotas em água, 2 vezes/dia. Validade: 2 anos, em frasco âmbar.

Saiba quais as formas e como preparar a planta medicinal

Ficha Técnica do Cravo-da-Índia

Nome científico: Syzygium aromaticum syn. Eugenia caryophyllata
Outros nomes populares: cravo-da-Índia, cravinho
Nomes em países lusófonos: cravinho (Portugal), cravo-da-índia (Angola, Moçambique)
Nome em inglês: clove
Família botânica: Myrtaceae
Parte utilizada: botões florais secos
Origem: Ilhas Molucas (Indonésia)
Altura da planta: até 10 m
Clima de ocorrência: tropical úmido
Uso tradicional: analgésico, antisséptico, carminativo
Compostos ativos: eugenol, acetil eugenol, beta-cariofileno, flavonoides, taninos

Como Plantar o Cravo-da-Índia

  • Clima e solo: Prefere clima tropical úmido, altitudes de até 300 m. Solo fértil, profundo e bem drenado, pH 5,5–7.
  • Plantio e propagação: Multiplica-se por enxertia ou sementes frescas (germinam em 30–60 dias). Espaçamento: 6–8 m.
  • Cuidados: Regas regulares, proteger de ventos fortes. Poda para controle de altura e remoção de galhos doentes.
  • Pragas e doenças: Suscetível a cochonilhas e ácaros. Controle com óleo de neem ou sabão de potássio. Fungos do solo podem causar podridão radicular em excesso de umidade.

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Referências

  • Chaieb, K., et al. (2007). The chemical composition and biological activity of clove essential oil, Eugenia caryophyllata Thunb. Phytotherapy Research, 21(6), 501–506.
  • Prashar, A., Locke, I. C., & Evans, C. S. (2006). Cytotoxicity of clove oil and its major components to human cell lines. Journal of Agricultural and Food Chemistry, 54(19), 3747–3751.
  • Bakkali, F., et al. (2008). Biological effects of essential oils – A review. Food and Chemical Toxicology, 46(2), 446–475.
  • Sagrani da Silva, P., et al. (2010). Antinociceptive activity of eugenol essential oil in experimental models of inflammatory pain. Journal of Pharmacy and Pharmacology, 58(10), 1469–1475.
  • Kamatou, G. P. P., et al. (2012). Eugenol – From the remote Maluku Islands to the international market place: a review of a remarkable and versatile molecule. Molecules, 17(6), 6953–6981.

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Fitoterapeuta
Divulgador Científico sobre Saúde

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