Plantas Medicinais

Uxi-Amarelo: Poderoso Anti-inflamatório Natural no Tratamento de Miomas, Cistos e Infecções Urogenitais

O Uxi-Amarelo (Endopleura uchi), também conhecido como uxi-liso, é uma árvore nativa da Amazônia, tradicionalmente usada por povos indígenas e comunidades ribeirinhas para o tratamento de doenças inflamatórias do sistema reprodutor e urinário. A casca do tronco é a parte mais utilizada, sendo popularmente empregada no preparo de chás medicinais que auxiliam no tratamento de miomas uterinos, ovários policísticos, endometriose, infecções urinárias e inflamações da próstata.

Essa planta medicinal ganhou grande notoriedade na medicina natural por seu uso associado ao Unha-de-Gato (Uncaria tomentosa), formando uma dupla potente no combate a inflamações ginecológicas e na regulação do sistema imunológico. Rica em compostos fenólicos e triterpenos, a casca do uxi-amarelo tem demonstrado potente ação anti-inflamatória, antioxidante, antimicrobiana e imunoestimulante.

Uxi Amarelo

Benefícios para a Saúde

  • Redução de Miomas, Cistos e Endometriose: O uso mais tradicional do uxi-amarelo está relacionado à saúde feminina. Mulheres com miomas uterinos e cistos ovarianos utilizam o chá da casca como um recurso natural complementar para reduzir dores pélvicas, sangramentos anormais e o volume das lesões. Estudos pré-clínicos sugerem que os triterpenos da casca atuam reduzindo processos inflamatórios e modulando a proliferação celular em tecidos uterinos.
  • Ação Anti-inflamatória e Antimicrobiana: Os compostos fenólicos e cumarinas presentes na casca têm ação comprovada contra microrganismos como Candida albicans e Escherichia coli, ajudando no combate a infecções fúngicas e bacterianas do trato urinário. Também age como coadjuvante em casos de prostatite e cistite crônica.
  • Fortalecimento do Sistema Imunológico: Pesquisas demonstram que extratos da planta estimulam a atividade de macrófagos e aumentam a resposta imune do organismo, o que pode explicar sua eficácia em processos infecciosos de repetição. Por isso, é uma planta com grande potencial em protocolos naturais de modulação imune.
  • Ação Antioxidante: A presença de flavonoides e compostos fenólicos confere ao uxi-amarelo a capacidade de neutralizar radicais livres, reduzindo o estresse oxidativo, o que contribui para a prevenção de lesões teciduais e envelhecimento celular precoce.

Outros Usos Tradicionais

  • Alívio de dores articulares e reumáticas.
  • Suporte complementar em casos de gastrite.
  • Auxílio em infecções virais leves, como resfriados e herpes.

Efeitos Adversos

  • Não é recomendado para gestantes, lactantes e crianças.
  • Pode interferir com medicamentos imunossupressores.
  • O uso contínuo por mais de 30 dias deve ser evitado sem acompanhamento profissional.
  • Pode causar distúrbios gastrointestinais leves em pessoas sensíveis à casca.

Formas de Preparo

Chá da Casca

1 colher de sopa (5 a 10 g) da casca picada para 500 ml de água.

Leve ao fogo e ferva por 10 minutos.

Coe, deixe amornar e beba em até 3 doses diárias.

Uso tradicional: 1 a 2 vezes ao dia, por até 30 dias.

Decocção combinada com Unha-de-Gato

Preparar separadamente o chá da casca de uxi e o chá da unha-de-gato (seguindo a mesma proporção).

Misturar as duas infusões após o preparo e consumir ao longo do dia.

Validade da infusão: até 24 horas sob refrigeração.

Tintura e cápsulas: também disponíveis em farmácias de manipulação; o uso deve ser orientado por fitoterapeuta ou nutricionista.

Saiba quais as formas e como preparar a planta medicinal

Ficha Técnica do Uxi-Amarelo

Nome científico: Endopleura uchi

Nomes populares: uxi-amarelo, uxi-liso, uchi

Nome em Portugal: uxi-amarelo (pouco conhecido)

Nome em Angola/Moçambique: sem registro comum

Nome em inglês: uxi tree, Amazonian yellowwood

Família botânica: Humiriaceae

Origem: Amazônia brasileira

Como Cultivar o Uxi-Amarelo

Ambiente: floresta tropical úmida.

Propagação: sementes (com baixa taxa de germinação) ou mudas.

Crescimento: lento, mas árvore de grande porte (até 30 metros).

Pragas: pouco suscetível em seu ambiente natural.

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Referências

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  • Cascaes, M. M., Aguiar, A. C. C., Andrade, E. H. A., & Maia, J. G. S. (2015). Constituents and pharmacological activities of Myrcia (Myrtaceae): A review of an aromatic and medicinal group of plants. International Journal of Molecular Sciences, 16(10), 23881–23904.
  • Cruz, J. S., Silva, M. L., & Costa, E. V. (2025). Acaricidal activity of Myrcia splendens essential oils on Rhipicephalus microplus. Veterinary Parasitology, 315, 109869.

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Fitoterapeuta
Divulgador Científico sobre Saúde

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