A andiroba (Carapa guianensis) é uma árvore nativa da Amazônia, conhecida por seu óleo medicinal extraído das sementes. Utilizada há séculos por povos indígenas, a andiroba é famosa por suas propriedades anti-inflamatórias, cicatrizantes, antiparasitárias e repelentes de insetos. O óleo de andiroba é amplamente empregado na medicina tradicional para aliviar dores, combater inflamações, cuidar da pele e até afastar mosquitos transmissores de doenças tropicais.

Benefícios para a Saúde
- Anti-inflamatório Potente: O óleo de andiroba é rico em limonoides, especialmente gedunina e andirobina, que inibem a produção de substâncias inflamatórias como prostaglandinas. Seu uso é eficaz em dores articulares, artrite, reumatismo, pancadas, torções e inflamações musculares.
- Ação Antiparasitária: Uma das propriedades mais importantes da andiroba é seu efeito antiparasitário, com ação comprovada contra vermes intestinais, piolhos, sarna (escabiose) e outros parasitas cutâneos. Estudos mostram que seus compostos bioativos atuam diretamente sobre o sistema nervoso dos parasitas, causando sua morte por asfixia ou inibição de enzimas vitais.
- Cicatrizante e Antisséptico Cutâneo: O óleo é amplamente usado para tratar feridas, úlceras, picadas de insetos e eczemas, graças ao seu poder regenerador da pele e efeito antisséptico natural.
- Repelente Natural de Insetos: Os compostos amargos e voláteis presentes no óleo de andiroba afastam mosquitos, incluindo o Aedes aegypti, responsável pela dengue, zika e chikungunya. Seu uso como loção ou na forma de velas é comum na Amazônia.
- Hidratação da Pele e Cabelos: Além do uso medicinal, a andiroba também é valorizada na cosmetologia por sua ação emoliente, ajudando a hidratar a pele, combater dermatites e controlar oleosidade excessiva do couro cabeludo.
Outros Usos
- Uso veterinário: eficaz no controle de parasitas externos em animais, como pulgas e carrapatos.
- Cosméticos naturais: o óleo é usado em loções, sabonetes e cremes para pele inflamada ou sensível.
- Uso popular: em algumas regiões, o óleo é ingerido em microdoses para verminoses e como “limpeza interna”, prática que deve ser feita com orientação profissional.
Efeitos Adversos
- O uso interno do óleo deve ser restrito e feito apenas sob orientação profissional, pois pode causar náuseas, diarreia e toxicidade hepática se consumido em excesso.
- O uso externo raramente causa efeitos colaterais, mas pode gerar reação alérgica em pessoas sensíveis.
- Não recomendado para gestantes, lactantes e crianças sem acompanhamento profissional.
Formas de Preparo
Óleo de Andiroba (uso externo)
Modo de extração tradicional:
As sementes são cozidas ou fermentadas.
Após o cozimento, são prensadas para extrair o óleo.
O óleo é filtrado e armazenado em vidro escuro.
Validade: até 2 anos em local fresco e escuro.
Pomada artesanal com andiroba
Misture 2 colheres de sopa de óleo de andiroba com 1 colher de manteiga de cupuaçu ou cera de abelha derretida.
Armazene em pote esterilizado.
Uso: aplicar em áreas inflamadas, picadas, coceiras ou para aliviar dores musculares.
Validade: 6 meses refrigerado.
Saiba quais as formas e como preparar a planta medicinal
Ficha Técnica da Andiroba
Nome científico: Carapa guianensis
Outros nomes populares: carapá, árvore-dos-piolhos, óleo-amargo
Nome em Portugal: andiroba
Nome em Angola e Moçambique: andiroba ou carapá
Nome em inglês: andiroba tree, crabwood
Família botânica: Meliaceae
Origem: Amazônia, América Central e Caribe
Altura da árvore: até 30 metros
Como Plantar Andiroba
- Clima e Solo: Tropical úmido, com solos profundos e férteis, preferencialmente próximos a rios.
- Plantio: As sementes devem ser plantadas frescas, pois perdem viabilidade rapidamente. Enterrar a semente parcialmente em substrato úmido e bem drenado. Germinação ocorre em até 40 dias.
- Cuidados: A planta tolera encharcamento, mas prefere solos bem estruturados. Crescimento lento nos primeiros anos, depois acelera.
- Pragas e Doenças: Pode ser atacada por formigas cortadeiras. Controle com iscas orgânicas ou barreiras físicas.
Tenha um excelente dia!
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Referências
- Bastos et al., 2007 (Journal of Ethnopharmacology)
- Silva et al., 2012 (Revista Brasileira de Plantas Medicinais)
Sobre o Autor
Nutricionista
Fitoterapeuta
Divulgador Científico sobre Saúde