Plantas Medicinais

Nogueira: A Planta que Protege o Cérebro, Combate Inflamações e Parasitas

A (Juglans nigra) e a nogueira-comum (Juglans regia) são árvores conhecidas não apenas pela produção das nozes, mas também pelas suas folhas, cascas e cascas verdes dos frutos, que oferecem uma variedade de benefícios medicinais. De origem norte-americana e euroasiática, essas espécies são utilizadas na medicina tradicional para tratar infecções intestinais, inflamações crônicas e como tônico cerebral. O uso da nogueira vai muito além da alimentação: ela é uma poderosa planta medicinal com ação , antioxidante e moduladora do sistema nervoso central.

Nogueira

Benefícios para a Saúde

  • Ação Antiparasitária Potente: A casca verde do fruto da nogueira-preta é um dos vermífugos naturais mais eficazes conhecidos na fitoterapia ocidental. Ela contém uma substância chamada , que tem ação tóxica seletiva contra vermes intestinais, como Ascaris, Ancylostoma, Enterobius e até alguns protozoários. A juglona atua desestabilizando as enzimas respiratórias dos parasitas, levando-os à morte e favorecendo sua eliminação pelo trato intestinal. É comum o uso da nogueira em protocolos antiparasitários combinados com absinto (Artemisia absinthium) e cravo-da-índia (Syzygium aromaticum), potencializando os efeitos.
  • Propriedades Anti-inflamatórias e Antioxidantes: As folhas da nogueira, especialmente da Juglans regia, possuem compostos fenólicos como quercetina, ácido gálico e taninos com potente ação anti-inflamatória. Elas ajudam na redução de processos inflamatórios de pele, articulações e trato digestivo, além de terem sido estudadas por seus efeitos sobre inflamações crônicas de baixo grau, como as observadas na obesidade e síndrome metabólica. Esses mesmos compostos também agem como antioxidantes, protegendo as células contra o estresse oxidativo e o envelhecimento precoce.
  • Efeito Neuroprotetor e Cognitivo: As nozes da nogueira são ricas em ácidos graxos ômega-3, tocoferóis (vitamina E), melatonina e polifenóis que demonstram ação protetora contra doenças neurodegenerativas como e . Essas substâncias reduzem a inflamação cerebral, melhoram a neurotransmissão e a memória, e combatem a perda cognitiva relacionada à idade. Embora esse efeito venha principalmente do consumo das nozes, extratos das folhas também demonstram atividade ansiolítica e leve efeito sedativo.
  • Melhora da Saúde da Pele: A aplicação tópica do extrato de folhas ou da decocção da casca ajuda em dermatites, , acne e até em infecções fúngicas da pele. A juglona e os taninos têm efeito antisséptico e adstringente.

Outros Usos

  • Fortalecedor capilar: o chá das folhas é usado para tonificar o couro cabeludo e prevenir queda de cabelo;
  • Tintura natural: a juglona oxida em contato com o ar, escurecendo tecidos e sendo usada como corante natural;
  • A infusão das folhas é usada como enxaguante bucal antisséptico.

Efeitos Adversos

O uso da nogueira deve ser cauteloso, principalmente com a casca verde:

  • Juglona em excesso pode ser tóxica para o fígado e rins;
  • A casca verde do fruto, se usada por longos períodos ou em altas doses, pode causar náuseas, vômitos ou irritações gástricas;
  • Gestantes e lactantes devem evitar o uso interno da casca e folhas;
  • Pode haver interação com anticoagulantes e medicamentos antiparasitários, potencializando seus efeitos;
  • Em peles sensíveis, a aplicação tópica pode causar irritação.

Formas de Preparo

Chá das folhas (uso interno)

1 litro de água
2 colheres de sopa de folhas secas ou frescas picadas

Ferver por 5 minutos, desligar o fogo e deixar tampado por mais 10 minutos. Coar e tomar até 3 xícaras por dia, por no máximo 7 dias.

Indicado para processos inflamatórios intestinais, candidíase intestinal e controle de parasitas leves.

Validade: até 24 horas refrigerado.

Tintura da casca verde (uso antiparasitário)

100 g de casca verde macerada
500 ml de álcool de cereais 70%

Macerar por 10 dias em vidro âmbar, agitando diariamente

Coar e armazenar em frasco escuro. Tomar 20 a 30 gotas diluídas em água, 2 vezes ao dia por 10 dias. Deve sempre ser feito com acompanhamento profissional.

Validade: até 2 anos em local fresco e escuro.

Compressa de folhas (uso externo)

Preparar o chá concentrado (3 colheres de sopa de folhas para 500 ml de água).

Coar e aplicar com gaze sobre a pele afetada por acne, eczema ou infecção fúngica, 2 vezes ao dia.

Saiba quais as formas e como preparar a planta medicinal

Ficha Técnica da Nogueira

Nome científico: Juglans nigra (nogueira-preta), Juglans regia (nogueira-comum)
Nomes populares: nogueira, nogueira-preta, nogueira-comum, noz-preta, noz-europeia
Nome em Portugal: nogueira, árvore-da-noz
Nome em Angola e Moçambique: nogueira ou noz
Nome em inglês: walnut tree, black walnut, common walnut
Família botânica: Juglandaceae
Partes usadas: folhas, casca verde do fruto, casca do tronco, nozes
Origem: América do Norte (J. nigra), Europa e Ásia (J. regia)
Ciclo: perene, árvore de grande porte

Como Plantar a Nogueira

  • Clima e Solo: Prefere climas temperados, mas se adapta a regiões subtropicais com inverno definido. Solos profundos, férteis, bem drenados e ricos em matéria orgânica.
  • Plantio: Propagada por sementes (nozes frescas) ou enxertia. Espaçamento ideal: 6 a 8 metros entre árvores.
  • Cuidados: Crescimento lento nos primeiros anos; Requer podas leves para formação; Sensível a solos encharcados.
  • Pragas Comuns: Brocas e mariposas perfuradoras do tronco; Fungos em raízes se houver encharcamento; Pulgões nas folhas jovens, prevenidos com calda de fumo ou óleo de neem.

Tenha um excelente dia!

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Referências

  • Fukuda, T., Ito, H., & Yoshida, T. (2003). Antioxidative polyphenols from walnuts (Juglans regia L.). Phytochemistry, 63(7), 795–801.
  • Papoutsi, Z., Kassi, E., Chinou, I., Halabalaki, M., Skaltsounis, A. L., & Moutsatsou, P. (2008). Walnut extract (Juglans regia L.) and its component ellagic acid exhibit anti-proliferative activity against breast cancer cells. Nutrition and Cancer, 60(4), 494–502.
  • Anderson, K. J., Teuber, S. S., Gobeille, A., Cremin, P., Waterhouse, A. L., & Steinberg, F. M. (2001). Walnut polyphenolics inhibit in vitro human plasma and LDL oxidation. The Journal of Nutrition, 131(11), 2837–2842.
  • Sánchez-González, C., Ciudad, C. J., Noé, V., & Izquierdo-Pulido, M. (2017). Health benefits of walnut polyphenols: An exploration beyond their lipid profile. Critical Reviews in Food Science and Nutrition, 57(16), 3373–3383.
  • Pereira, J. A., Oliveira, I., Sousa, A., Ferreira, I. C. F. R., Bento, A., & Estevinho, L. (2008). Bioactive properties and chemical composition of six walnut (Juglans regia L.) cultivars. Food and Chemical Toxicology, 46(6), 2103–2111.

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Fitoterapeuta
Divulgador Científico sobre Saúde

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