Plantas Medicinais

Café: Estimulante Cognitivo Natural e Protetor do Fígado com Uso Tradicional e Científico Comprovado

O café (Coffea arabica e Coffea canephora) é uma das bebidas mais consumidas no mundo e uma importante fonte de compostos bioativos com efeitos terapêuticos. Muito além da cafeína, o grão contém antioxidantes, ácidos clorogênicos e diterpenos como o cafestol e o kahweol, que desempenham funções relevantes na , na melhora da cognição e até na prevenção de doenças crônicas. Sua origem remonta às terras altas da Etiópia, mas foi no Brasil que o café ganhou status de ouro negro, tanto econômica quanto culturalmente.

Benefícios para a Saúde

  • Estímulo Cognitivo e Melhora do : A cafeína é um estimulante do sistema nervoso central, atuando como antagonista dos receptores de adenosina no cérebro. Isso resulta em aumento da atenção, concentração, tempo de reação e disposição mental. Além disso, o consumo moderado de café está associado à redução do risco de depressão, graças à liberação de dopamina e serotonina. Em idosos, o consumo regular está ligado à melhora na e prevenção de declínio cognitivo.
  • Protetor Hepático e Redutor do Risco de Cirrose: Diversos estudos populacionais mostram que o consumo de café está associado à redução do risco de doenças hepáticas crônicas, incluindo hepatite C, esteatose hepática (gordura no fígado) e cirrose. Os compostos fenólicos do café reduzem o estresse oxidativo no fígado e modulam enzimas desintoxicantes. Pessoas que consomem de 2 a 3 xícaras de café por dia têm menor incidência de elevações nas enzimas hepáticas e menos progressão de fibrose.
  • Efeito e Redução de Inflamações: O café é uma das maiores fontes dietéticas de antioxidantes na dieta moderna. Os ácidos clorogênicos presentes no grão têm efeito anti-inflamatório, ajudam a neutralizar radicais livres e contribuem para a prevenção de doenças neurodegenerativas, como e Parkinson. Seu efeito anti-inflamatório é especialmente útil em condições crônicas leves, como fadiga persistente, enxaqueca e dores generalizadas.
  • Melhora do e Apoio ao : A cafeína acelera temporariamente o metabolismo basal e estimula a termogênese. Além disso, o café pode reduzir o apetite e facilitar o uso de gordura como fonte de energia, principalmente quando consumido antes de exercícios físicos. Seu uso como auxiliar em programas de emagrecimento deve ser feito com moderação e associado a hábitos saudáveis.

Outros Usos

  • Estímulo da motilidade intestinal (efeito laxativo leve).
  • Redução do risco de diabetes tipo 2, quando consumido sem açúcar.
  • Melhora do durante treinos de resistência e alta intensidade.
  • Potencial preventivo contra certos tipos de câncer, como o de fígado e colorretal.

Efeitos Adversos

  • Em doses altas, pode causar insônia, taquicardia, irritabilidade e ansiedade. Pode aumentar a pressão arterial em indivíduos sensíveis. O consumo em excesso pode causar dependência leve devido à ação dopaminérgica da cafeína.
  • Aumenta a excreção urinária de cálcio e pode interferir na absorção de ferro, devendo ser evitado próximo às refeições principais.
  • Contraindicações: gestantes (limite recomendado de 200 mg/dia de cafeína), crianças pequenas, pessoas com arritmias ou ansiedade generalizada devem consumir com cautela ou sob orientação profissional.

Formas de Preparo

Café coado tradicional

1 colher de sopa (10 g) de pó de café para cada 100 ml de água

Água em ponto de fervura, mas sem borbulhar intensamente (cerca de 90-95 °C)

Coar lentamente e servir sem açúcar para fins terapêuticos.

Validade: consumir na hora para preservar antioxidantes.

Café verde (grão não torrado)

Utilizado em cápsulas ou como infusão para controle de peso e diabetes.

Infusão: 1 colher de chá dos grãos quebrados para 150 ml de água quente, deixar em infusão por 10 minutos.

Dose usual: 1 a 2 xícaras por dia.

Validade: até 24h refrigerado.

Óleo essencial de café (uso externo ou aromaterapia)

Extraído por prensagem a frio do grão torrado.

Utilizado para massagens energizantes e em difusores para estimular o humor e o foco.

Validade: 12 meses.

Saiba quais as formas e como preparar a planta medicinal

Ficha Técnica do Café

Nome científico: Coffea arabica, Coffea canephora (robusta)

Nomes populares: café, cafeeiro

Nome em Portugal: café

Nome em Angola e Moçambique: café

Nome em inglês: coffee

Família botânica: Rubiaceae

Origem: Etiópia (introduzido na América do Sul no século XVIII)

Como Plantar Café

  • Clima e Solo: Requer clima tropical ameno, com temperaturas entre 18 e 25 °C. Solos profundos, bem drenados e ricos em matéria orgânica, com pH entre 5,5 e 6,5.
  • Plantio: Produzido principalmente por sementes ou mudas clonadas (em cultivos comerciais). Espaçamento: 2,5 x 0,8 m em média. O cafeeiro começa a produzir frutos após 2 a 3 anos do plantio.
  • Cuidados: Necessita de irrigação moderada em períodos de seca. A poda anual melhora a produtividade e reduz doenças.
  • Pragas comuns: As mais comuns são a Broca-do-café (Hypothenemus hampei): combate com armadilhas e controle biológico. E a Ferrugem-do-cafeeiro: tratar com fungicidas naturais à base de calda bordalesa ou extratos fúngicos.

Tenha um excelente dia!

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Referências

  • van Dam RM, Hu FB. Coffee consumption and risk of type 2 diabetes: a systematic review. JAMA. 2005;294(1):97–104.
  • Araújo JRM, Martel F. Alcohol and coffee consumption and their effects on the gastrointestinal tract. Eur J Pharmacol. 2012; 670(1):1–13.
  • Freedman ND et al. Association of coffee drinking with total and cause-specific mortality. N Engl J Med. 2012;366:1891–1904.
  • Liang N, Kitts DD. Role of chlorogenic acids in controlling oxidative and inflammatory stress conditions. Nutrients. 2016;8(1):16.
  • Santos RM, Lima DR. Coffee consumption, obesity and type 2 diabetes: a mini-review. Eur J Nutr. 2016;55(4):1345–1358.
  • Machado KD et al. Hepatoprotective activity of coffee and caffeine against chemical-induced liver damage. Int J Mol Sci. 2020;21(14):5056.
  • McLellan TM, Caldwell JA, Lieberman HR. A review of caffeine’s effects on cognitive, physical and occupational performance. Neurosci Biobehav Rev. 2016;71:294–312.

Sobre o Autor

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Fitoterapeuta
Divulgador Científico sobre Saúde

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